Dia Nacional da Consciência Negra é marcado por diversas oficinas em escola do Farias

Oficinas de dança e pintura afro, confecção de bonecas Abayomi, de penteados afros como tranças e turbantes, além da roda de conversa sobre conscientização, empoderamento e representatividade, marcaram o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20), na Emef “Professora Efigênia Sizenando”, no Córrego Farias. As atividades foram ministradas por estudantes do Centro Estadual de Ensino Fundamental e Médio em tempo integral “Bartouvino Costa”, por meio do projeto “Negro Sou”.

Vitória Santana Santos, aluna do 7º ano, se inscreveu na oficina de penteados e estava toda empolgada aprendendo e já aplicando na colega. “Esse projeto foi muito importante para aprendermos coisas novas. Foi muito divertido. Acho lindas as tranças e coloquei o turbante na colega. É muito fácil fazer, agora eu mesma vou aplicar em mim”, disse.

A oficina de dança afro foi a escolha do aluno Jadeilson Pereira Soares, do 8º ano. “O projeto foi muito bom para conhecer melhor a cultura negra e é uma forma também de valorização. Eu sou dançarino e achei bem legal aprender os passos da dança afro”, destacou.

As professoras Ana Paula Teodoro Almeida Ricardo, Jacqueliny Souza Reis e Kelly Santiago Rocha são as coordenadoras da eletiva “Negro Sou”, uma disciplina que conta com a participação de 47 estudantes inscritos na escola “Bartouvino Costa”. O Negro Sou surgiu após as professoras constatarem que os alunos não se auto-declaravam negros no ato da matrícula.

“Fizemos um levantamento de quantos alunos negros tinham na escola e percebemos que a maioria deles não se declarava negro. Partindo dessa preocupação, surgiu a necessidade de trabalharmos essas questões para os alunos se auto-afirmarem, se auto-aceitarem, e também fazendo o uso da Lei 10.639/2003 que estabelece que as questões afrodescendência e afrobrasileira sejam trabalhadas na escola. Então, nos reunimos e montamos o Negro Sou, uma disciplina eletiva, que é uma escolha do aluno se inscrever na disciplina, em que trabalhamos várias temáticas de auto-aceitação e empoderamento. A partir disso, surgiu a necessidade de fazermos uma ação para replicar o que aprenderam na escola”, disse Ana Paula.

A pedagoga da escola, Walquíria Gomes Sampaio Silveira, falou da satisfação em receber o projeto. “Os alunos ficaram encantados com as oficinas, por toda aprendizagem e, principalmente por ver as atividades sendo replicadas por outros alunos. Essas oficinas proporcionaram olhares diferentes e despertou sobre o respeito e a autoestima do jovem negro”, frisou.