Exposição fotográfica sobre Festival de Concertina chega à Aracruz
Levar a cultura linharense para fora do município, fazendo com que várias pessoas conheçam os artistas da nossa cidade é o objetivo da Secretaria de Cultura, quando cria ações como a que desenvolveu em parceria com a Secretaria de Cultura do município de Aracruz.
Cerca de 50 fotos estão expostas no município, no Shopping Oriundi. As imagens foram feitas pelo fotógrafo linharense Reiner Chiste Zanotelli no último festival de Concertina da Cultura Italiana e Alemã, realizado em agosto de 2009, em Baixo Quartel. A exposição "A Concertina, a fotografia: som e imagem" ficará exposta no shopping até o dia 30 de julho. São 50 fotos todas em preto e branco, no tamanho 50x80cm.
O Secretário de Cultura de Linhares, Antonio Bezerra Neto, define Reiner da seguinte maneira: "o fotógrafo Reiner se revela humano, estético e interessadíssimo nas manifestações culturais. Faz da fotografia um feito para grandes reflexões".
"A Concertina, a fotografia: som e imagem" por Tiago Cau
O surgimento da fotografia não foi algo espantoso. Alguns pintores visionavam essa nova arte mesmo antes dela dar seu primeiro click. Esses artistas conceituados como impressionistas buscavam registrar o momento exato da cena: a luz do sol, o balanço da folha, o pouso da ave – a perfeição do momento. Assim quando se viu pela primeira vez o momento congelar na lente de uma câmera, já se imaginava ser possível. Contudo, o espanto veio na reação das pessoas, afinal a fotografia aprisiona o tempo. O passado, assegurado, pelas mãos e pelo olhar do fotógrafo aos futuros olhos que por ela passarão. A mágica estava feita.
Hoje, mais de um século depois do primeiro assombro, a fotografia não impressiona somente por poder registrar um momento único, mas por promover principalmente um olhar sensível do artista ao mundo. Quando um fotógrafo registra um momento ele nos oferece a possibilidade de ver o que é real de outra forma, ele mostra a arte que existe por trás de coisas simples, do cotidiano, vai além da simples imagem. A lente para o artista é a cortina que desnuda a cena e revela com transparência a beleza dos detalhes. A fotografia passa então a ser composta de apuro técnico, objeto, subjetividade, sentimento e arte. A mais pura arte.
Silenciosa, ela traça caminhos diferentes de outras artes. A fotografia é o olhar do fotógrafo enxergando algo que poucos ou ninguém percebe, e se percebem não aprisionam. Entretanto não é possível sua existência sem o objeto a ser fotografado, no caso desta exposição, a Concertina e seus Tocadores.
O instrumento é de origem alemã e veio pra o Brasil com os imigrantes. Hoje faz parte da nossa cultura e foi assimilada há tempos. Reiner, fotógrafo linharense, teve a sutileza de um olhar estrangeiro. Captou com suas lentes o além tempo que a concertina proporciona aos seus tocadores, é possível enxergar a nostalgia nos olhares, a vontade de um tempo que não foi o mesmo para muitos deles. Enquanto os olhos carregam a saudade os dedos levam alegria e a música é tocada, sem parar.
Concertina e fotografia, som e imagem, movimento e seu contrário. A composição que resulta em arte que causa espanto e leva à reflexão. Arte pela arte.
