Prefeitura oferece oficinas terapêuticas para pacientes com transtornos mentais

O Centro deAtenção Psicossocial (Caps ll), vinculado à Secretaria de Saúde, acolhe e oferece tratamentogratuito a população com algum tipo de transtorno mental grave e persistente,como neuróticos e psicóticos graves, vulnerabilidade social, psicológica eafetiva, péssimo desempenho psicossocial e baixa autonomia, entre outros. Quemfaz acompanhamento no Caps ll, além do tratamento medicamentoso e psicológico,também participa de oficinas terapêuticas.  Interação e socialização estão na lista deimportância das oficinas oferecidas no Centro para a reabilitação dospacientes. Indicada após uma avaliação, de acordo com a realidade, afinidade eindividualidade de cada paciente, as terapias complementam o tratamento eajudam o paciente a se reestruturar e voltar às atividades normais na família esociedade.

Marta Bianchini, especialista em Saúde Mental, que atende no Caps ll, contaque as oficinas acontecem sob orientação clínica e ajudam na melhora do pacientecomo um todo. “O Caps ll tem esse diferencial de outros serviços. A oficinaoferece a terapia em grupo sobre a supervisão clínica. Assim o tratamento dopaciente será observado em sua totalidade. O olhar de melhora clínica, aobservação, a produção e interação com outros pacientes em espaço aberto, ajudana melhora do paciente. A evolução do paciente que faz oficina é muito maisrápida”.

A terapeuta ocupacional do Caps ll, ArianneMiranda Ferreira, explica que as oficinas trazem o poder de criação ereorganização mental, à medida que observam que podem transformar objetos em tapetes, quadros, bandejas e ao mesmo tempo que também se transformam.“Alguns pacientes chegam desorganizados, em desequilíbrio e precisam ser inseridos em oficinas terapêuticas estruturadas para auxiliá-los a se reorganizar. O artesanato, por exemplo, é feito em etapas. À medida que as etapas avançam, nota-se que o paciente se organiza concomitantemente. A capacidade de criação estimulada durante as oficinas de  artesanato contribui para a melhoria da autoestima.  Ao perceber que conseguem transformar objetos em carpetes, quadros, bandejas e outros, ele sente que é capaz de produzir, de transformar em objetos melhores,  e isto faz com que eles também acreditem que são capazes de realizarem transformações importantes em si mesmos. Utilizamos as oficinas terapêuticas também como instrumentos de observação do quadro evolutivo dos pacientes”, relata.

Com o passar do tempo e melhoria dos sintomas, o número de sessões semanais reduz para uma vez por mês ou a cada 15 dias. O Centro oferece oficinas deartesanato, atividade física, horta, meditação e beleza. No Caps ll os pacientesfazem pintura em tecido, pano de prato, bandeiras de revistas, vasosdecorativos, oficina de gesso, crochê entre outras atividades.A dona Elza Marins de Oliveira, (52) épaciente do Caps ll, e participa da oficina de artesanato uma vez por semana.“Aqui é muito bom, aprendi muita coisa, aqui encontro paz e tudo que faço aquiajuda no meu tratamento. Me ajude a melhorar cada dia mais”, conta Dona Elza.


Já a dona Pedrolina Cecílio Silva (66)frequenta as oficinas duas vezes por semana e quando não pode ir, sente falta.“As oficinas para mim significam muito. Se eu não vier me faz muita falta. Aqui faço amigos e me sinto muito acolhida, e isso ajuda no meu tratamento.

 A secretária de Saúde, Sonia Dalmolin destacaque o trabalho feito pelos oficineiros é de suma importância para um retornomais rápido dos pacientes ao convívio e interação social. “Oferecemos oatendimento médico e psicológico que sabemos, é fundamental para os pacientescom perfil Caps ll. Mas compreendemos também a importância das oficinasterapêuticas e o quanto esse trabalho, somado ao tratamento clínico, éimportante”.  

Fluxograma de atendimento no Caps ll

Acolhimento dos pacientes que chegamencaminhados por uma Unidade Básica de Saúde;Triagem;Encaminhamento do caso para equipemultidisciplinar; Após avaliação da equipe, caso não se enquadreno perfil de paciente do Caps Il o paciente é encaminhado para Unidade deSaúde. Quando se enquadra no perfil de atendimento opaciente é encaminhado para psiquiatra e começa o acompanhamento.


Caps ll atende 200 pacientes

Formado por uma equipe compostapor diversos profissionais da área de saúde, o Caps ll atende 200 usuários emtratamento contínuo, com consultas psiquiátricas, psicológicas e de enfermagem,acolhimento com assistente social e medicação gratuita. O encaminhamento do paciente éfeito por meio de médicos da rede municipal de saúde (Unidade de Saúde daFamília, Postos de Saúde, ou demanda espontânea do paciente que procura oórgão). O horário de funcionamento do Caps II é das 7h às 17 horas. O telefonepara contato é o 3371-8453.