Alunos de escola do Interlagos escrevem cartas com mensagens de paz e esperança para crianças ucranianas

Uma atividade que envolveu aprendizado, amor ao próximo e solidariedade mobilizou as turmas do 4° ao 8° ano do Ensino Fundamental da Emef Professora Maria da Penha Pazito Ventura, localizada no bairro Interlagos.

A guerra entre Ucrânia e Rússia comove, gera revolta e medo em pessoas do mundo todo. Não é diferente com as crianças. Professores perceberam que os estudantes comentavam entre si e questionavam familiares sobre o assunto. Foi então que os educadores da unidade de ensino tiveram a ideia de criar o projeto “Cartas de Amor”.

A iniciativa invadiu as salas da unidade de ensino e os alunos mergulharam no mundo das crianças refugiadas, escrevendo cartas e criando desenhos às vítimas da guerra na Ucrânia. A proposta da equipe pedagógica é a de levar conforto e carinho para as crianças ucranianas que vivem um momento delicado.

Antes de produzirem os conteúdos, os alunos tiveram uma aula de História e foi ali, que eles entenderam todo o cenário da guerra e se sensibilizaram com a crise humanitária que afetou a população ucraniana.

Ao todo, 382 alunos, com idades entre 9 e 13 anos, produziram conteúdos, entre cartas e desenhos, com mensagens de paz, fraternidade, companheirismo e sentimentos positivos. As correspondências serão encaminhadas na próxima semana, pelos Correios, à embaixada da Ucrânia, em Brasília.

“A nossa escola tem uma preocupação muito grande quanto a formar alunos que se importem com o próximo, e desenvolve vários projetos de solidariedade ao longo do ano letivo”, explicou a diretora da Emef Maria da Penha Pazito, Telma Martins Vailante.

A professora de História, Angelina Oliveira, que leciona na rede municipal há mais de 17 anos, disse que para tornar a educação significativa é necessário tocar a criança e fazer com que ela mude o olhar dela.

“Alguns alunos não sabiam o que era um refugiado, apesar de terem noção do que é a guerra no mundo, mas poucos entendiam a realidade de um refugiado. Para nós essa Guerra é uma grande surpresa e um absurdo. Os alunos estão assustados, preocupados e nos fazem perguntas diárias sobre o que veem na mídia. Temos que fazer com que nossos alunos tenham conhecimento dessa problemática e estou maravilhada com a percepção que eles têm sobre a temática”, disse a professora de História.

A aluna Izabella Bomfim Sepulcro, 9 anos, conta que ficou muito animada com o desafio. “O projeto foi legal porque mostra para as pessoas de lá que estamos preocupadas com elas. Recebi a notícia da guerra na escola e quero que isso acabe logo, pois as pessoas estão sofrendo, muitas estão sem casa, sem o que comer e isso é muito triste”, falou a estudante do 4º ano.

Trecho da carta escrita por Sophia Rodrigues Pires, 9 anos: “…vocês têm que ter fé e confiar em Deus. Tomara que essa guerra acabe logo para voltar os sorrisos no rosto das crianças e das pessoas. Queria muito que a Rússia tomasse outra decisão”, destacou.

“Esta iniciativa é muito importante. Normalmente nos sensibilizamos e ajudamos pessoas que estão por perto. Ajudar pessoas tão distantes mostra que não precisamos ter limites e que gestos simples podem fazer a diferença”, ressalta a secretária municipal de Educação, Maria Olimpia Dalvi Rampinelli.

Invasão russa na Ucrânia

O que a comunidade internacional mais temia, infelizmente aconteceu. A Rússia decidiu invadir e atacar a Ucrânia no dia 24 de fevereiro, várias explosões puderam ser vistas e ouvidas de cidades como Kiev, capital ucraniana. É a crise militar mais grave desde a Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939.

Vladimir Putin, presidente russo, foi à TV e afirmou que as explosões tratam-se somente de uma “operação militar especial” em Donbass, área de maioria russa ao leste da Ucrânia. Contudo, os bombardeios e confrontos militares acontecem em todo o território ucraniano há quase três semanas.