Prefeitura e entidades discutem medidas para inibir excesso de luz artificial no período de desova das tartarugas

A costa do Espírito Santo, especificamente o litoral de Linhares, é uma das principais áreas de desova de tartarugas marinhas do Atlântico Sul. Das sete espécies de tartarugas que ocorrem no mundo, todas ameaçadas de extinção, a espécie tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) desova no litoral de Linhares.

O período de desova e nascimento das tartarugas marinhas acontece entre os meses mais quentes do ano, de setembro a março. E uma das preocupações para este período incide sobre a fotopoluição, ou seja, o efeito nocivo da iluminação artificial sobre as áreas de desova.

De acordo com o Projeto TAMAR-ICMBio, a incidência de luz artificial nas praias, seja por iluminação pública ou vinda das residências e comércios, desorienta os filhotes de tartaruga na sua busca pelo mar e afugenta as fêmeas prestes a desovar. Os animais, muitas vezes, são guiados pelos focos de luz para fora da sua rota natural, tornando-se presas fáceis para predadores.

Por isso, nesta segunda-feira (11), o secretário Municipal de Meio Ambiente, Fabrício Borghi Folli e o chefe da Divisão do Sistema de Iluminação Pública, Hezequias Sales, se reuniram em Regência com representantes da Fundação Pro-Tamar e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para definir intervenções para diminuir a iluminação do foco de luz nas praias.

“Nos reunimos para discutir a interferência da iluminação pública no deslocamento dos filhotes de tartarugas. Estamos buscando uma solução para evitar que esses animais se desloquem de forma errada – eles são guiados pela luz da lua e a fotopoluição da região acaba desorientando-os. Portanto, estamos analisando melhorias na iluminação pública para evitar esse dano ambiental”, informou o secretário Municipal de Meio Ambiente, Fabrício Borghi Folli.

Segundo o secretário, durante a reunião ficou decidido que será reduzida a iluminação do foco de luz nas praias. “É importante ressaltar que o que está sendo discutido aqui não implicará na iluminação das ruas do balneário. É uma questão pensada de forma a não prejudicar, nem as vias públicas e tampouco as tartarugas”, destacou Folli.