Contar histórias: Ferramenta para desenvolvimento de alunos da rede municipal de ensino

Nesta semana foi comemorado o Dia Internacional do Contador de Histórias. Para lembrar a data e homenagear o profissional,  não podemos deixar de mencionar a professora aposentada e contadora de histórias da Secretária Municipal de Educação, Josmari Araújo dos Santos, uma das figuras mais conhecidas do município pelo trabalho que desempenha.

A convite da Secretaria Municipal de Educação, Josmari desenvolve o projeto "Contações de Histórias", realizado nos Centros de Educação Infantil Municipais (CEIM’s) e nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF’s) da zona urbana e rural do município e tem por objetivo incentivar o prazer de ouvir histórias e estimular o encantamento e prazer pela leitura. Na tarde de quinta-feira, 20, Josmari se apresentou na EMEF Orozimbo Leite, na comunidade do Guaxe, utilizando vários recursos, a contadora de histórias falou sobre o aprendizado deixado com os índios e negros que viveram em Linhares, além de outras fábulas e contos que propõe aos alunos uma reflexão para a vida.

A aluna de 11 anos que cursa o 7º ano do ensino fundamental, Milena dos Reis Campi, adorou a apresentação da Josmari. "Ela é ótima. Fiquei encantada com as histórias que não conhecia. É muito bom ter momentos como este na escola", afirmou a aluna. 

A "Contação de Histórias" como ferramenta de aprendizado
 
Além do trabalho realizado pela Josmari, a contação de histórias é um recurso muito utilizado por muitos professores, mas para os educadores que trabalham com alunos com deficiência, a prática é essencial para o desenvolvimento de suas atividades. Esse é o caso das professoras Maria Aparecida Dal’Orto e Jaqueline Duque. Elas trabalham nas salas de recursos das EMEF’s Samuel Batista Cruz, o CAIC do Interlagos, e a Presidente Castelo Branco, no Centro.
 
Precursora no ensino de deficientes visuais e cegos, a professora Maria Aparecida, ou professora Cida, como é mais conhecida, trabalha com educação especial há mais de 15 anos, época quando foi instalada a primeira sala de recursos para o ensino de cegos no município de Linhares, no próprio Caic. Quando perguntada sobre a experiência de contar histórias para cegos e deficientes visuais, os olhos de Cida brilham e ela descreve.
 
"A experiência é maravilhosa, principalmente quando os alunos ainda não lêem. É uma profissão que demanda muita criatividade porque o profissional precisa ser fidedigno ao texto contado, para que as crianças possam compreender. Exercito um trabalho de minúcias, uma vez que utilizamos recursos táteis e olfativos para a compreensão. Os alunos adoram ouvir as histórias lidas e contadas", explica a professora.
 
Expressando a mesma emoção da colega Cida, a professora Jaqueline sorri e também conta que é a experiência profissional que vive é maravilhosa. Para ela, a linguagem corporal e a expressão facial também são essenciais no momento de contar histórias para os surdos. "O surdo depende prioritariamente da imagem para compreender o enredo da história contada, isto, a partir do momento que ele está se apropriando da língua de sinais. Quando ele já domina a língua não há tanta necessidade da imagem,  mas esta é essencial ao contar histórias, é um facilitador da compreensão", disse.

Ela complementa que o outro recurso que é utilizado ao contar histórias é o classificador, que é a descrição dos objetos ou do lugar, para facilitar ainda mais a compreensão. Jaqueline ainda relata que aos alunos surdos adoram ouvir histórias. "Eles ficam encantados. Repetem os sinais que fazemos quando contamos as histórias para eles, e é justamente desta forma que eles aprendem a língua de sinais", revela.
 
Saiba mais:
 
No dia 20 de março é comemorado o Dia do Contador de Histórias. A data foi criada na Suécia, em 1991, e tem como principal objetivo reunir os contadores e promover a contação de histórias em todo mundo. A data exalta as pessoas que dedicam suas vidas a levar alegrias e histórias com meio de divertimento e aprendizado