Espetáculo “Janelas” terá apresentação gratuita no Teatro do Sesi neste domingo (10)

O espetáculo será às 19 horas no espaço cultural do Sesi/Senai, no bairro Aviso.

Neste domingo, dia 10 de março, às 19 horas, o espetáculo “Janelas”, do Grupo de Teatro Rerigtiba, terá apresentação gratuita no Auditório Paulo Joaquim do Nascimento, que fica na sede do Sesi/Senai, na Avenida Filogônio Peixoto, no bairro Aviso. O espetáculo integra o projeto Circulação Cultural 2024 do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

“Janelas” é um jogo cênico de imaginação guiado por três máscaras que relacionam seus modos de fazer as coisas e seus afetos, procurando compartilhar com a plateia a simplicidade e o encantamento de alguns momentos do convívio humano.

O espetáculo, com direção de Tiche Vianna, é realizado com recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), da Secretaria da Cultura (Secult), e estreou em 2022, como resultado de um processo de pesquisa sobre a linguagem das máscaras expressivas.

Em “Janelas”, Conceição, Risoleta e Anabel são irmãs e moram na mesma casa. Senhoras de muita dignidade, compartilham com o público seus modos tão singulares de fazer as coisas. Suas vidas são observadas do lado de fora, como se a plateia fosse formada por confidentes ocultos atrás de uma janela, testemunhando, aos poucos, pelas frestas que se abrem, suas relações, segredos e apegos.

O processo

A linguagem das máscaras teatrais utiliza códigos corporais, com movimentos, gestos e ações físicas para se expressar. Quando são meias-máscaras, cobrem metade do rosto deixando a boca livre para falar. Quando são inteiras, porém, como as utilizadas no espetáculo, não se comunicam por meio das palavras. Por esse motivo, o elemento que atrai a atenção no espetáculo é o modo como cada máscara faz as coisas e como reage ao que faz, ao que vê e ao que ouve.

O processo de criação de “Janelas”, teve início com a construção dessas máscaras, pois o Grupo de Teatro Rerigtiba precisava delas para saber quem são e o que são capazes de fazer juntas. Feito isso, a companhia partiu de um tema extraído do noticiário: devido à pandemia de Covid-19, no momento em que todo o mundo teve que se isolar e se distanciar, foi através das janelas que a arte encontrou um meio de chegar e tocar as pessoas.

A escolha do tema, portanto, partiu de uma pergunta que o grupo se fez: “Como é a nossa janela?”. Pesquisando ao redor os diversos tipos humanos que conseguiam enxergar, os integrantes do Rerigtiba foram colhendo características e imagens. Cada atriz concebeu sua própria máscara, idealizando a base de sua confecção, esta realizada por Fabio Cuelli.

Sob orientação de Alexandre Borin, prepararam seus corpos e, com as máscaras finalizadas, tiveram início atividades de improvisação, com direção de Tiche Vianna, em torno de situações propostas pelo encontro das três senhoras – Conceição, Risoleta e Anabel – que nasceram nesse processo. As situações deram origem a uma casa e duas janelas – uma que se relaciona com o mundo, do lado de fora, outra que remete a um mergulho para dentro de si mesmo.
 
A diretora

Natural de São Paulo, Tiche Vianna especializou-se na linguagem de máscaras pelo Alice’s Marks Studio, em Firenze, e pela Università Degli Studi di Bologna, ambos na Itália. É uma das fundadoras do “Barracão Teatro”, de Campinas, São Paulo, onde pesquisa o teatro popular com base na linguagem das máscaras, da Commedia dell’Arte, no palhaço e no ator como veículo da expressão teatral.

Foi responsável pela preparação dos atores das minisséries “Hoje é Dia de Maria”, “A Pedra do Reino” e “Capitu”, exibidas pela Rede Globo entre 2005 e 2008, sob direção de Luiz Fernando Carvalho.

O grupo

Fundado em julho de 1993, o Grupo de Teatro Rerigtiba é um dos mais longevos e atuantes do Espírito Santo. Com sede no município de Anchieta, o grupo é um coletivo de artistas profissionais que se dedica à pesquisa da linguagem teatral nas suas diversas formas de expressão estética.

Consolidou seu caminho, ao longo de suas três décadas de aprendizado nos processos da carpintaria teatral, por meio de intercâmbio e criação colaborativa, incorporando práticas diversas ao processo de produção, criação e encenação do grupo.