Unidades de saúde registram aumento de atendimentos por doenças respiratórias não Covid-19 em Linhares e médica dá orientações

Pacientes com sintomas leves devem procurar as unidades de saúde. Nos casos acentuados, como falta de ar, cansaço e chiado no peito e febre persistente, a busca é o pronto socorro

A chegada do outono tem levado mais pessoas às unidades de saúde em Linhares em busca de atendimento por suspeita de doenças respiratórias não associadas à Covid-19.  Um levantamento feito pela Atenção Primária à Saúde (APS), da Secretaria Municipal de Saúde, mostra um aumento de 35% no número de atendimentos médicos com relatos de doenças que afetam vias respiratórias e pulmão.

O crescimento acontece em todas as unidades, tanto na sede do município quanto no interior. Em unidades com maior procura, as consultas diárias têm chegado a 70 pessoas em média, incluindo adultos e crianças.

De acordo com a APS, a corrida maior é nas unidades com horário estendido e atendimento nos finais de semana, como Planalto, Bebedouro e Interlagos (CAIC). As unidades dos Bairros Santa Cruz e Aviso também têm registrado aumento.

Fatores

No período de outono e inverno, alguns fatores são responsáveis pelo aumento de doenças respiratórias, tanto alérgicas como infecciosas. O tempo frio e a baixa umidade relativa do ar contribuem para o aumento de poluentes na atmosfera e para a redução dos mecanismos de defesa das vias respiratórias, tornando o organismo mais susceptível a infecções respiratórias.

Além disso, a maior circulação de vírus, nessa época do ano, influencia diretamente no aumento de doenças infecciosas como a gripe e a pneumonia, e pioram as crises de doenças crônicas como asma, enfisema e sinusite. Narinas mais secas e irritadas, associadas a oscilações térmicas, também aumentam a incidência de alergias respiratórias, como rinite e bronquite.

A médica pneumologista Kenia Schultz explica que para se manter protegido contra essas doenças respiratórias é muito importante que os pacientes que já são portadores de doenças respiratórias estejam bem tratados e controlados para evitar crises agudas.

“Atitudes simples para a população podem evitar a proliferação de germes no ar e sua transmissão respiratória, como manter os ambientes arejados, evitar aglomerações, lavar sempre as mãos, usar máscaras em locais fechados, beber bastante líquido e usar umidificadores em casa, especialmente nos quartos durante o sono”, orienta.

Segundo ela, a alimentação saudável com frutas e verduras, ricas em vitaminas, assim como atividade física, também são importantes, pois melhoram a imunidade. Usar roupas adequadas que protejam contra o frio também melhora a resposta imune por deixar o corpo mais aquecido, acrescenta.

Importância da vacina

Paciente gripados devem se isolar e evitar contato com outras pessoas, especialmente aquelas que fazem parte do grupo de risco: idosos, pessoas com imunossupressão, pessoas com doenças pré-existentes, grávidas e crianças com menos de 5 anos.

Outra medida fundamental contra doenças infecciosas é a administração das vacinas contra gripe, Covid-19 e pneumonia. “A melhor forma de cuidar das vias respiratórias é se proteger de germes de transmissão aérea e que podem chegar aos pulmões, com risco de quadros graves”, diz a pneumologista Kenia.

Quando procurar ajuda médica?

A procura aos serviços de emergência dos hospitais aumenta muito nessa época do ano. Crianças e idosos são mais acometidos com gravidade.

A recomendação inicial é que pacientes com sintomas leves, como coriza, espirros e tosse esporádica, podem ser atendidos nas unidades de saúde, especialmente nos casos em que já são acompanhados por serem alérgicos ou portarem doenças pulmonares. Esses pacientes já devem ter um plano de tratamento para essas crises no inverno.

De acordo com a doutora Kenia Schultz, se houver piora dos sintomas respiratórios como falta de ar, cansaço e chiado no peito e febre persistente, aí sim, é necessário procurar atendimento médico imediato em pronto atendimento ou pronto socorro. “Pessoas que fazem parte do grupo de risco, mesmo vacinadas, precisam de uma atenção ainda maior, caso apresentem sintomas gripais”, reforçou.