Prefeitura inicia diagnóstico para implantar projeto ‘Consultório na Rua’ para atender moradores em situação de rua
Levar o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) à população em situação de vulnerabilidade das ruas é o objetivo do Consultório na Rua. O projeto que percorrerá áreas da cidade para prestar atendimento especializado a essa população será desenvolvido por uma parceria entre as secretarias municipais de Assistência Social e de Saúde. A previsão é que ele tenha início no próximo mês de julho.
Na noite desta quarta-feira (16), equipes das duas secretarias iniciaram um diagnóstico e o reconhecimento dos territórios de atuação. Com a inserção do projeto à rede de acolhimento do Município, os moradores em situação de rua passarão a contar com serviços como: consulta médica, encaminhamentos para consultas especializadas, realização de exames de imagens e laboratoriais, acesso à medicamento, atendimento odontológico, acesso ao atendimento na saúde mental, confecção do Cartão Nacional de Saúde (CNS), entre outros.
Para a secretária municipal de Assistência Social, Luciana Mantovanelli Amorim, o Consultório na Rua amplia o acesso da população em situação de rua à rede de serviços oferecidos pela Prefeitura.
“A abordagem social já é realizada por nossa secretaria e com a implantação do Consultório na Rua, cria-se um novo modelo de inclusão social e, agora, o próximo passo será a elaboração de um protocolo entre as secretarias assegurando, assim, o atendimento integrado à essa população”, explanou a secretária.
O Consultório na Rua é composto por uma equipe multidisciplinar que contará com médico, psicólogo, assistente social, técnico de enfermagem, enfermeiro e redutores (pessoas que trabalham com a política de redução dos danos causados pelas drogas). Os profissionais circulam pela cidade em veículo com identificação do município e identificam e atenderão as pessoas em situação de rua.
Atendimento
O foco do atendimento se dará principalmente nas doenças ou condições que mais atingem os moradores de rua, como tuberculose, alcoolismo e combate ao crack e outras drogas. Ele também trabalha para orientar a população sobre doenças, como as sexualmente transmissíveis. Curativos, testes de diabetes e medição de pressão podem ser feitos na hora do atendimento.
O secretário municipal Saulo Rodrigues Meirelles, que compõe o corpo técnico do projeto, conta que o programa está construindo e mapeando, junto à rede dos serviços já existentes, uma nova forma de olhar o cuidado compartilhado. Isso permite olhar para o sujeito na integralidade e o que ele demanda para nós. E quanto mais alinhado estivermos com essa rede, conseguiremos pensar em outras formas de Assistência e sobrevivência para este público”.
A enfermeira Nayra Dantas Cardoso Harthuique, que atuou no primeiro dia de diagnóstico, explica que o as equipes poderão tanto realizar atendimentos nas ruas como favorecer o acesso das pessoas às unidades básicas de saúde e/ou demais serviços da rede de saúde e de outros setores, como por exemplo, serviços de abrigamento.
“O Consultório na Rua enxerga o ser humano. Vamos oferecer assistência e acompanhamento dessas pessoas. São dispositivos clínico comunitários que ofertam cuidados em saúde aos usuários em seus próprios contextos de vida, adaptados para as especificidades de uma população complexa”, comenta.
A assistente social, Núbia Elizabete dos Santos de Jesus, que participa do diagnóstico enxerga o projeto como uma grande inciativa uma vez que o resgate dos moradores em situação de rua precisa começar por uma acolhimento completo, já que é um processo delongado e que requer muita paciência de todos os envolvidos.
“E para isso, a pessoa com uma saúde em dia, consegue ter mais forças para lutar pela sua recuperação, requerer essa cidadania. São iniciativas como essa que nos enche de esperança e reforça nossa vontade de lutar e fazer o diferencial na vida das pessoas”, destacou.
A Prefeitura de Linhares atende, em média por mês, 80 pessoas na Casa de Acolhida mantida pelo Município. E as equipes de abordagem social atendem mensalmente aproximadamente 150 pessoas. Nelas, ficam, além dos moradores em situação de rua que foram resgatados, pessoas que estão na cidade passando por tratamento ou se perderam, ou ainda que estão passando por algum tipo de dificuldade.