Prefeitura oferece tratamento de fonoaudiologia a pacientes pós-intubação por Covid-19

Os pacientes com Covid-19, em muitos casos, têm problemas respiratórios e precisam ser intubados durante um tempo que pode chegar até 30 ou 40 dias. Como sequela desse período, os pacientes podem passar por situações como disfagia, como é conhecida a dificuldade de engolir devido ao dano causado durante a intubação.

Diante da realidade, a equipe de fonoaudiologia da Unidade Sanitária de Linhares (USL), órgão vinculado à secretaria municipal de Saúde, tem atuado no acompanhamento destes pacientes que passaram pela doença e necessitaram da intubação. A equipe de fonoaudiólogos da USL é composta pelos seguintes profissionais: Deborah Bastos; Fiorana Menegatti; Jorsiley de Bortoli; Juliane Scarton; Kamyla Loureiro; Larissa Melo; e Larissa Pimentel.

Deborah Bastos, fonoaudióloga da USL, explica que no local também são realizados atendimentos aos casos de disfonia, alterações na voz, que são frutos do período de hospitalização em decorrência da Covid-19.

Os atendimentos acontecem na sede da Unidade Sanitária de Linhares (USL), no bairro Colina, e são realizados por meio de encaminhamento médico. Desde o início da pandemia, 4 pacientes passaram pelo tratamento.

“No caso do combate à disfagia, os serviços da fonoaudiologia atuam na liberação da via oral para que o paciente possa voltar a se alimentar sem riscos, pois a aspiração para o pulmão pode causar uma pneumonia aspirativa”, explica Deborah.

A fonoaudióloga aponta que há, inclusive, o risco da aspiração da própria saliva. “Para evitar que isso aconteça, são realizados o acompanhamento e a terapia fonoaudiológicos, que podem se estender por vários dias, até que o paciente possa voltar a se alimentar com segurança”, reforça.

“A privação da alimentação é algo muito penoso, pois a socialização das pessoas se dá pela comida, por exemplo. Desse modo, garantir esse retorno do paciente à alimentação via oral é melhorar a qualidade de vida das pessoas” sintetiza a fonoaudióloga.

Disfonia

Além do problema mais grave que é a disfagia, situação que requer maior atenção, o atendimento fonoaudiológico envolve o tratamento da disfonia, a alteração ou o enfraquecimento da voz do paciente.

“É um atendimento secundário, pois a deglutição vem em primeiro lugar. Alguns pacientes podem ficar disfônicos [no pós-intubação], pois a voz pode ficar comprometida, rouca. Isso é, na maioria das vezes, temporário”, explicou a fonoaudióloga Deborah. Nesse serviço, são oferecidos cuidados com a voz para corrigir as sequelas que também vieram do período de internação.

O secretário municipal de Saúde, Saulo Rodrigues Meirelles, complementa o profissional, que atua de forma interdisciplinar com objetivo de prevenir ou minimizar sequelas dos usuários internados, por meio de avaliação, reabilitação e triagem das funções orofaciais, que melhoram a qualidade de vida.

“A avaliação sobre a necessidade dessa terapia é feita pelo médico ou pela equipe de enfermagem que acompanha o tratamento do usuário, principalmente diante de dificuldades na alimentação, como deglutição, mastigação e sucção. Na necessidade do tratamento com o fonoaudiólogo ele recebe um encaminhamento da equipe médica”, complementa.