Vigilância Ambiental reforça orientações a população sobre controle de caramujos africanos
Com a incidência das chuvas nos últimos dias e o forte calor crescem, por parte da população, as preocupações em relação à dengue e ao caramujo africano, Achatina fúlica. O caramujo é resistente ao frio e à seca e sai para se alimentar e reproduzir à noite, durante ou logo após o período chuvoso.
De acordo com Sérgio Lubiana, assessor técnico da Vigilância Ambiental da Prefeitura de Linhares, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, o trabalho no controle destes moluscos se baseia na orientação à população, seguindo os parâmetros de uma Norma Técnica do Ministério da Saúde, publicada em março de 2005, que consiste na coleta dos animais (caramujos) e incineração.
Nela consta que experimentos em laboratório com o caramujo demonstraram que a espécie não é significativa para a saúde pública, por ter baixo potencial de transmissão de doenças.
Sérgio destaca que, os caramujos africanos colocam até 500 ovos por ano e têm uma vida média de 5 anos. “Entre as contribuições para a proliferação dos caramujos, estão a ausência de predadores naturais e a alta taxa reprodutiva que eles possuem”, explicou.
Prevenção
A fim de controlar a infestação de caramujos em Linhares, a Unidade de Vigilância de Zoonoses de Linhares monitora as áreas de ocorrência do município, especialmente em períodos após as chuvas orientando a população o manejo correto.
Esse monitoramento é realizado principalmente pelo atendimento de demandas recebidas por meio do telefone do CCZ, 3371 4098.
O atendimento de demandas sobre infestação de caramujos envolve orientação à população, catação manual em áreas públicas infestadas para controlar grandes quantidades de caramujos.
Orientações quanto à catação manual do caramujo africano:
Realizar catação manual dos caramujos nos quintais de casas sempre com mãos protegidas por luvas ou sacolas plásticas;
Quebrar as cascas antes da incineração dentro de um balde, com um cabo de madeira de ponta quadrada, evitando que se tornem reservatórios de água para mosquitos e outros organismos;
Incinerá-los completamente com muito cuidado utilizando um copo de álcool e longe de crianças para se evitar acidentes. De preferência uma única pessoa deve executar o procedimento. Seqüência: utilizar uma lata perfurada com pequenos furos ao fundo cobertos por um pano, visto que os caramujos exudam grande quantidade de água quando incinerados, o que acaba por apagar o fogo;
Após a queima, dispor o resto no lixo comum;
Fazer busca diária no terreno para verificar se não há outros locais onde existam mais moluscos;
Manter a catação local diária e constante num primeiro momento, a qual deve se repetir daí em diante, semanalmente, visto que cada postura dos caramujos pode conter centenas de ovos, que eclodirão em períodos subsequentes e reinfestarão o ambiente local novamente, sempre que chover, estiver úmido ou nublado;
Não é recomendado o uso do sal para controle dos caramujos, conforme exposto acima.
Medidas simples podem colaborar na redução da população de animais sinantrópicos, tais como esses moluscos:
Manter o jardim, quintal e áreas verdes limpos e capinados, descartando resto de obra, entulho, pedras e acúmulo de material orgânico (capim, folhas, galhos, etc), pois são esconderijos ideais para os moluscos;
Não jogar os caramujos lançando-os em terrenos baldios, na rua ou diretamente no lixo, o que proporcionará um incremento na proliferação desta praga urbana em outros locais;
Não esmagar os caramujos no local o que promove exposição, apodrecimento de sua carne e acúmulo de moscas, baratas e roedores com conseqüente produção de odor.