Prefeito recebe estudante da Faceli que criou aplicativo para alunos com deficiência em Linhares

O projeto "Relojoaria do João", desenvolvido por um aplicativo digital que estimula e desperta nos estudantes da educação especial a vontade de aprender Matemática, agora está sendo testado em mais 12 alunos da EMEF "José Modeneze", no bairro Canivete. Na semana passada, o prefeito de Linhares Guerino Zanon recebeu o Gabriel Hulle Cardoso, do 5º período do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior de Linhares (Faceli), estagiário que acompanha o estudante João Santana, aluno da rede municipal que inspirou o acadêmico a criar o aplicativo, para dialogar sobre a possibilidade de expansão do projeto para outras escolas do município.

O projeto teve início no dia 21 de março e a partir de agora acontecerá uma vez na semana, atendendo 12 crianças com diferentes tipos de deficiência da EMEF "José Modeneze", sob a orientação de 12 estagiários para apoiar, monitorar e incentivar o uso dos tabletes da escola. A Faceli oferece todo apoio técnico, disponibilizando orientação do Me. Cidimar Andreatta, da área de Matemática e Ciências da instituição.
 
O prefeito destacou a importância da inovação como ferramenta para estimular o ensino e a aprendizagem dos alunos e avalia a possibilidade de implantar o aplicativo em outras unidades de ensino do município. "Um dos grandes desafios da Educação hoje é propor formas de aprendizado efetivas para as próximas gerações que a cada dia tem uma ligação mais forte com a tecnologia no seu dia a dia. Por isso, precisamos de mais iniciativas e projetos inovadores como o do Gabriel que vem para contribuir num processo de aprendizagem atrativo e que faça mais sentido na vida dos alunos", disse o prefeito.

Nos próximos dias, Gabriel apresentará ao prefeito de Linhares um documento contendo as informações do estudo de viabilidade de expansão do projeto. O acadêmico explicou ao prefeito como surgiu a ideia do aplicativo que demorou três meses para ficar pronto. "O João não conseguia somar e isso despertou a vontade de ajudar. Comecei a pesquisar e vi que países como a Suécia e os Estados Unidos tinham uma tecnologia voltada para os alunos com deficiência e resolvi trabalhar com o que o João gostava: o relógio", falou.

A partir daí, Gabriel detalha que eles montaram uma lojinha virtual de venda de relógios no aplicativo envolvendo a Matemática Financeira. "O aplicativo não se resume somente ao aluno ficar preso ao tablet, ele tem uma sequência didática que estabelece comandos para desenvolver na sala. Agora incluímos também a sustentabilidade, com a resolução de problemas ecológicos que surgem dentro da lojinha, como o descarte correto do lixo produzido. Com estes testes vamos descobrir quais as potencialidades desta ferramenta e quem sabe ela não se torna uma nova metodologia de ensino, não só para crianças com deficiência, mas para todas as do ensino regular que tem dificuldade em aprender?O próximo passo é introduzir Geografia e História no aplicativo", relatou.
 
Após o uso, o aplicativo gera um relatório mostrando os resultados e indica se o aluno teve ou não avanço no aprendizado. "Os alunos estão gostando muito do aplicativo que veio para motivar e despertar o aprendizado brincando", frisou a diretora da escola, Regina Jacobsen.
 
A secretária Municipal de Educação, Maria Olímpia Dalvi Rampinelli, parabeniza a iniciativa. "A inclusão de crianças e jovens com algum tipo de deficiência vem aumentando nos últimos anos e grandes são os desafios na sala de aula. Fico muito feliz em vê atitudes como a do Gabriel, se dedicando a ajudar. O grande desafio de uma criança com deficiência não é aprender o mesmo conteúdo que as crianças do ensino regular, mas, sim, aprender a ter autonomia, se expressar e se esforçar para vencer as suas dificuldades", pontuou. O projeto foi inscrito no Encontro Nacional de Educação da Matemática e aguarda se vai ser aprovado.