25º Encontro das Bandas de Congo atraiu cerca de 6 mil turistas para Regência neste fim de semana

Tradição, cultura e grande público já são marcas da festa de Caboclo Bernardo e neste ano não foi diferente. Além das atrações de forró, reggae e MPB, cerca de 6 mil turistas participaram do ponto alto da festa, que foi a apresentação das bandas que participaram do 25º Encontro Estadual de Bandas de Congo.

O evento reuniu cerca de 800 membros de bandas de congo e folia de reis de diversos municípios do Espírito Santo. A data marca a reunião cultural de um segmento que faz parte da identidade capixaba. Também no domingo (07), o Encontro dos Mestres realizado na Casa do Congo reuniu representantes de todas as bandas e grupos folclóricos que participaram da festa. O secretário de Cultura de Linhares, Urbano Dávila, e secretário de Estado da Cultura, João Gualberto, ouviram as demandas dos integrantes presentes. 

Com 96 anos de idade, Zumira da Conceição não abre mão de participar da festa. Ela é integrante do grupo de Congo do Tupiniquim, da aldeia indígena Caieira Velha, de Aracruz. "Desde quando nasci minha mãe sempre me levou para o congo e enquanto Deus me der forças e eu estiver de pé, estarei aqui", disse dona Zumira.

Crise? Pousadas registraram lotação máxima durante Festa de Caboclo Bernardo

A Festa de Caboclo Bernardo, que aconteceu no último fim de semana na Vila de Regência, deixou um sorriso largo no rosto dos comerciantes da região. Principalmente no setor de hotelaria. Há casos em que já não havia mais vagas 10 dias antes do início da festa, que começou oficialmente na quarta-feira (3).

É o caso da Pousada Vila Sérgio, que precisou reforçar seu número de camas para atender à demanda. "A gente teve que colocar mais camas extras que no Carnaval! Ao todo, 32. Em 24 acomodações recebemos cerca de 80 pessoas", conta Gizzely Veloso Silveira Lissagia, proprietária da pousada.

Segundo a presidente da Associação de Moradores de Regência, Helenita Souza Teixeira, na sexta-feira (5) todas os quartos disponíveis na vila foram ocupados. "Todas as pousadas ficaram cheias. Lá em casa mesmo eu recebi algumas pessoas que não conseguiram lugar pra ficar. A festa foi boa, muita gente e nenhuma confusão", afirma.

"Depois do Carnaval, a Festa de Caboclo Bernardo é o evento que mais movimenta a economia local por aqui", afirma o diretor social da Associação de Moradores de Regência, Carlos Sangália. "Há o trabalho nas barracas e as vagas temporárias. Uma padaria daqui teve que contratar mais 4 pessoas para a época da festa, por exemplo", explicou.

O Restaurante Carebão, por exemplo, precisou reforçar as panelas para alimentar as mais de 600 pessoas que escolheram o local para almoço e jantar. "O movimento foi muito bom! O tempo ajudou. Como sempre a festa dá muita gente. Só em filé de frango preparamos mais de 100 kg!", revela Jacinto Renato Ceolin, proprietário do estabelecimento.

Cultura local cativa fãs de perto e de longe
 
Lurdes Pereira Vieira, de 77 anos, que mantém a Pousada Leyd Lú em Regência há cerca de 15, comemora não só a lotação, mas principalmente a educação dos turistas. "Eles vêm de muitos lugares diferentes, mas todos são sempre muito educados, carismáticos, tranquilos. É um prazer recebê-los! As pessoas vêm pra cá e esquecem o que acontece de ruim nesse mundo", comentou.

E Regência é mesmo conhecida por cativar quem a visita. "Sou do Rio, mas morei alguns anos em Aracruz. Tomei gosto pelo surf e comecei a frequentar Regência. Hoje, mesmo tendo voltado ao Rio, venho pelo menos três vezes ao ano aqui. Venho pela qualidade de vida, pelo surf, pela cultura preservada. Gosto muito dessa simplicidade". É o que diz o carioca Igor Salles, coordenador de construção naval.

Para Igor Miranda Chagas, de Aracruz, Regência tem uma paz única. "É um refúgio. Andamos descalços pela vila e relaxamos. Conheci a vila há 15 anos numa visita ao projeto Tamar e desde então sempre que posso venho pra cá", explicou.

A Festa de Caboclo Bernardo tem atenção especial dos turistas por conta de seu valor histórico, garante Carlos Sangália. "O evento é tradicional. Segundo os registros históricos, já acontece desde 1930. Dentro dele, já há 25 anos, acontece o Encontro de Bandas de Congo do Espírito Santo, o que consolidou ainda mais a festa como uma das principais da cultura popular capixaba". A sensação dos turistas e de quem mora na vila se resume numa frase de Lurdes: "Regência é um paraíso!". Ninguém duvida disso.

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