Secretaria de Cultura homenageia Dulce Pestana em exposição fotográfica

A Prefeitura de Linhares através da Secretaria Municipal de Cultura presta mais uma vez, uma bonita homenagem a uma das mais importantes moradoras de Linhares: Tia Dulce Pestana. Depois do sucesso da exposição fotográfica no estande cultural da ExpoLinhares, chegou a vez do Centro Cultural Nice Avanza abrigar a exposição dessa ilustre linharense.

A exposição denominada "Dulce Pestana – Linhares" será aberta nesta quinta-feira, 23, às 19h, no Centro Cultural Nice Avanza, na Praça 22 de Agosto e ficará exposta até o dia 20 de outubro. As fotografias são do fotógrafo Reiner Chiste Zanotelli. São fotografias de tamanho 50x60cm, em preto e branco.

Confira a curadoria escrita por Maria Thereza Costa Guimarães e Souza

Dulce Linhares
Dulce Campos Pestana (1917), a senhora que, quando menina, gostava de iluminar o descampado da Praça 22 de Agosto com  vagalumes presos em garrafas de vidro transparentes, traz em seu DNA a força de seus ascendentes, bravos defensores dessas paragens. 

Como o bambu das barrancas do Rio Doce faz do assobio, frio e fino, do vento sul seu companheiro para o bailado, traz do rodopio das valsas dançadas na residência de Quincas Calmon forças para enfrentar a aridez dos anos repletos de adeus: Mata Atlântica, Vapor Juparanã, "balança mais não cai", Porto das Pedras, Ponte Presidente Vargas, Dadá, Talma Drumond Pestana…  Sua jovialidade, própria dos amantes do bem-viver, trava, diuturnamente, luta contra o implacável tempo.

Fauna e flora abundantes, rio Doce caudaloso, lagoas piscosas, companheirismo e doce cumplicidade entre seus habitantes, sem pressa corria a vida na Vila de Linhares.   Irrequieta Dulce tomava o vapor para Colatina, o trem até Vitória e embarcava na "Maria Fumaça" rumo à capital do país.  Sedenta pelo frenesi próprio dos grandes centros, no Rio de Janeiro passava temporadas. Lá frequentava teatros, programas de auditório nas mais famosas rádios e ficava em dia com a moda e novidades vindas do além-mar. Localizada bem em frente ao relógio da Central do Brasil viu quando Jair Machado passou desfilando juntamente com os demais  pracinhas que retornavam da 2ª Guerra Mundial.  Jair Machado, seu conterrâneo ? nosso conterrâneo.  

Na TV Tupi assistiu aos programas de Jota Silvestre, Flávio Cavalcante e Chacrinha.  Atenta a tudo, absorvia conhecimentos que, em seu retorno à terra natal, repetia encenando peças teatrais e promovendo programas de auditório tendo como coadjuvantes a garotada linharense.    

Hoje alimenta os pombos que agradecidos revoam sobre sua morada e com asas abertas, Divino Espírito Santo, a abençoam.  Vizinhas desde seu nascimento, Dulce e a Igrejinha Velha observam, lado a lado, as mudanças ocorridas nas silhuetas do município de Linhares  e de si própria.  Suas existências tecem juntamente com as palhas das palmeiras imperiais a trama  da história desta terra.