Prefeitura de Linhares apóia exposição de artista linharense

Acontece nesta terça-feira, 24 de novembro, às 13h, no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), localizado em Santa Lúcia, Vitória, a abertura da exposição do artista plástico Márcio Rosa.

Intitulada "Márcio Rosa… e de todas as cores", o evento tem total apoio da Prefeitura de Linhares por meio da Secretaria de Cultura. Segundo o Secretário de Cultura, Antônio Bezerra Neto, apoiar eventos como esse, é a maneira que a secretaria encontrou de levar um pouco da cultura de Linhares para fora da cidade.

Confira abaixo a curadoria escrita por Fernando Cavalcanti.

Márcio tem uma instigante e admirável história de superação de vida – acordou com um pesadelo "intitulado esquizofrenia" e adormeceu nas paletas curativas das artes plásticas.  Através da "arte terapia" Márcio Rosa pintou e espatulou os problemas e o "monstro da esquizofrenia", vivenciando um novo horizonte de cura: saudável e produtivo. 

Nesta exposição intitulada "Márcio Rosa… e de todas as cores.", o artista deixa seduzir-se pela magia das cores, em óleo e acrílica sobre tela, aplicados com espátulas.

Em "Girassóis espatulados", o artista plástico demonstra toda admiração pela universalidade de Vincent van Gogh, produzindo esta tela logo após descobrir que estava com esquizofrenia.

Percebe-se logo no seu início de carreira que o pitoresco inflama a obra de Márcio Rosa, em quentes espátulas bem carregadas de cores e texturas, que passam a compor a etnia e a singeleza da vida pitoresca do homem dito comum, nas telas O Pescador, O Verdureiro, O Jornaleiro, dentre outras.

Márcio Rosa promove em seguida uma "ressurreição" das telas de natureza morta tamanha vivacidade das cores e dinamismo de seus traços grosseiros, absolutamente propositais, como nas telas Natureza Morta e Natureza Morta Tropical.

Sempre em ascensão o artista produz telas numa linguagem ousada e vanguardista, com a presença de ladrilhos e abstratos: Vítimas e Democracia (produzidas em espátulas, ilustram poemas compostos pelo pintor em sua juventude na década de 80).

A arte vanguardista do pintor continua em telas como Urbanóides 2010 – retrato do jeito de se vestir dos jovens deste início de século, bem como as suas impessoalidades e ausência de identidade. A ausência de rostos retrata bem esta ?indiferença? que o homem dispensa ao mundo no qual vive.

Como arremate da cura, o autor nos traz como confirmação da eficácia da "arte terapia" em sua cura, os quadros pintados pelos alunos do Projeto Meninos da Terra, instituição que o artista, com esmero, labuta a arte cotidianamente, como orientador de jovens de alto risco social, de 12 a 17 anos.

Consagra-se assim, um artista de ímpeto, irrepreensível, audacioso, vanguardista, e de singeleza ímpar, que não tem medo de ser curado e de ser feliz.