Prefeitura intensifica borrifação contra leishmaniose na zona rural

As equipes da Vigilância Ambiental em Saúde e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura de Linhares intensificaram a borrifação contra o mosquito Palha, transmissor da leishmaniose. A ação acontece principalmente na zona rural do município, como na região de Povoação e Brejo Grande, além de fazendas na beira rio. O trabalho não tem prazo para terminar e integra a estratégia da Secretaria Municipal de Saúde de combate e prevenção da doença, que este ano atingiu 15 pessoas além de oito casos suspeitos. Além de atuar na borrifação os agentes também complementam a ação vacinando os cães contra raiva. Em 2016 foram sacrificados seis animais e este ano, dois.

De acordo com Geremilson Gomes, diretor do CCZ e Vigilância Ambiental, a borrifação intra-domiciliar não apresenta risco de intoxicação. O que se recomenda aos moradores é que no momento da aplicação permaneçam afastados do local. "Toda a região já foi mapeada, delimitada e, inclusive, recebeu orientação quanto ao manejo ambiental. Este serviço consiste na entrada do agente na residência pedindo aos moradores que rastelassem folhas, frutos podres, materiais em decomposição, enfim, pois o mosquito se prolifera nessas condições", alerta.

Além de orientar os moradores sobre o preparo do imóvel para receber a borrifação contra o Palha, os agentes entregaram folhetos reforçando as explicações. "O serviço funciona como se tivesse pintando uma casa, onde serão borrifadas as paredes externas, onde o inseticida é borrifado até 2 metros do chão. Sendo assim, tem que desencostar móveis das paredes, guardar alimentos, roupas de cama, enfim. É um trabalho minucioso", pontua, lembrando que deverá ter uma pessoa maior de idade no imóvel. "Pedimos aos moradores que colaborem com a entrada do agente, que facilite o serviço que já é tão árduo", acrescenta.

Transmissão

Considerada uma zoonose – doença que pode ser transmitida do animal para o homem -, há dois tipos de leishmaniose: a tegumentar (cutânea) e a visceral. A primeira caracteriza-se por feridas na pele nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, aparecem nas mucosas do nariz, da boca e da garganta.

A leishmaniose visceral atinge órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Apresenta alta letalidade em indivíduos não tratados, afetando principalmente crianças e idosos, e a transmissão é feita por meio do mosquito-palha infectado – que contrai a doença após picar um cão com leishmaniose visceral.

O cachorro doente, na maioria das vezes, não possui sinais clínicos. Quando adoece, pode apresentar emagrecimento, crescimento das unhas, queda de pelo e lesões de pele. Todos os casos registrados em Linhares são da leishmaniose tegumentar.