De poesias engarrafadas a breaking dance, Praça 22 de Agosto é tomada em Virada Cultural
Intercâmbio cultural. Essa é a expressão que melhor define o que aconteceu na praça 22 de Agosto no último fim de semana. Promovida pela Prefeitura de Linhares por meio da Secretaria Municipal de Cultura, a primeira Virada Cultural do município foi sucesso de participação artística, de crítica e público.
Desde que foi anunciado no início do mês, o evento movimenta o cenário artístico da região. Centenas de artistas de Linhares e de outros municípios do norte capixaba se inscreveram para participar e deram um verdadeiro show.
Por volta das 11h, o grupo Afrozumba, de Nova Venécia, levou batuques afrobrasileiros para as ruas do comércio do Centro, convidando para o evento de logo mais. Às 14h, a praça 22 de Agosto já estava ocupada pelas mais diversas expressões culturais. Bancas de artesanato, canto, dança, poesia, contação de histórias e muitas outras vertentes.
Para a moradora do Aviso, Sirleia Santos Marin, de 32 anos, a noite foi de muita diversão. "O evento está ótimo. Tem comida boa, música, poesia… Trouxe toda a família para passear".
Poesias engarrafadas e colaborativas
Já pensou em contar a sua história e vê-la ser transformada em um poema bem na sua frente? Pois foi isso que o escritor linharense João Victor Fiorot, de 21 anos, ofereceu em sua tenda durante a Virada. Após escrever o poema, João deixava o último verso em branco para que a pessoa que contou a história completasse. Os poemas acabavam expostos em varais na própria tenda.
O projeto se chama Contribua com um Verso e continua pela internet, por meio do email contribuacomumverso@gmail.com. "Quero aproximar as pessoas da poesia. Linhares não é carente de artistas, é carente de espaços como esse", explica João.
Outra intervenção poética que chamou atenção foi a do projeto Transvê Poesias, do escritor linharense Anderson Valfré, de 21 anos. Em garrafas de vidro encapadas com jornal, Anderson espalhou sua poesia pela área verda da praça 22 de Agosto. Os "versos pendurados" chamaram atenção e muita gente acabou presenteada com uma "garrafa poética".
Anderson estuda Artes Cênicas em Ouro Preto, Minas Gerais, e foi lá que teve a ideia para a intervenção que trouxe para a praça 22 de Agosto. "Minha inspiração veio dos versos do poeta matogrossense Manoel de Barros: ‘O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo’. Busco uma maneira de levar a poesia a interferir no espaço urbano de forma silenciosa", explica o artista, que fez sua oitava exposição em garrafas na Virada.
"É uma imensa alegria estar aqui. É uma reunião de artistas e podemos criar vínculos. Sair da ideia e ir para a prática", afirma Anderson, que criou uma poesia sobre o evento:
"A arte é poesia,
e em Linhares ela se transforma em Virada Cultural.
Onde a praça é espaço que jorra arte".
Fotografia dos 20 aos 72 anos
Definitivamente, não há idade para se fazer o que gosta. Prova disso são os fotógrafos que expuseram seu trabalho no Centro Cultural Nice Avanza durante a Virada Cultural.
Gustavo Zan tem apenas 20 anos e estuda engenharia naval em Niterói. Foi por lá que, após admirar por muito tempo o trabalho fotográfico dos outros, resolveu adquirir sua própria câmera. Na exposição da Virada, ele mostrou vários de seus registros do pôr do sol em Linhares.
"O que me inspira a fazer essas fotos do sol se pondo é a frase de Gandhi ?Quando admiro a maravilha de um pôr do sol […] minha alma se expande em reverência ao criador?. Essa é minha primeira exposição e está sendo muito bacana ver o público interagir com as fotos", explica Gustavo.
Expondo bem ao lado de Gustavo, estava o senhor Olivas Miranda Sampaio, de 72 anos. Caminhoneiro por muitos anos, seu Olivas se aposentou em 2007 e, na mesma época, por erro médico em uma cirurgia de catarata, acabou perdendo um dos olhos. Em busca de tranquilidade, ele deixou a cidade e foi morar no distrito de Farias, no interior de Linhares.
Foi lá que a natureza o fez se interessar pelo poder de registro da fotografia. "Sou ‘invocado’ pela natureza por que ela é a obra de Deus. Estou muito feliz em expor minhas fotos. O evento está nota 10!", afirma.
De rapazes de salto alto a breaking, dança reúne tribos na Virada Cultural
Não importa o estilo, ou nível de prática, a dança teve forte espaço dentro da Virada Cultural na praça 22 de Agosto. Logo no início da tarde, o dançarino Arthurr Izídio dos Santos Neto, de 23 anos, já estava na quadra de basquete disposto a ensinar quem quisesse aprender a dançar breaking dance.
"Danço há 9 anos e posso dizer: qualquer pessoa é capaz de fazer o breaking! Basta querer e ter força de vontade. Há passos iniciais fáceis de aprender", explica. "Esse evento traz um apoio e um espaço que não tínhamos até então", acrescenta. Logo após a oficina, MC’s se enfrentaram em batalhas de rima acompanhadas, é claro, dos dançarinos de breaking.
Já a noite, foi a vez do, já famoso na região, Grupo Play Dance mostrar seus passos no palco principal da praça. A atração, que tem como integrantes Thiago Diaz, Tainara Vieira, Karine Matias e Manu Porto, arrastou uma multidão ao dançar canções de sucesso de 2014. "Tudo começou na escola, depois começamos a ensaiar na praça do bairro Shell e hoje já gravamos vídeos para a internet nos pontos turísticos de Linhares. O município está vivendo uma verdadeira virada cultural", comenta Thiago.
Outro grupo de dança que chamou a atenção foi o Black Stars, que apresentou o stiletto dance, que vem ganhando adeptos mundo afora. Trata-se da arte de dançar sobre salto alto. O grupo, formado por duas moças e dois rapazes, treina muito para poder se apresentar. "Requer muito equilíbrio. Primeiro aprendemos como nos comportar sobre os saltos, fazemos exercícios com eles e ensaiamos a dança aos poucos", explica José Luís Junior, de 22 anos.
Para ele, a Virada foi uma grande oportunidade para o cenário artístico linharense. ?A ideia do evento é o máximo! A organização está de parabéns. É uma oportunidade para a diversidade aparecer e descobrirmos novos artistas. Isso precisa se repetir?, completa.
Informações para a imprensa
Secom | secom@linhares.es.gov.br
Contato 3372 1829 | 3372 1953
Desde que foi anunciado no início do mês, o evento movimenta o cenário artístico da região. Centenas de artistas de Linhares e de outros municípios do norte capixaba se inscreveram para participar e deram um verdadeiro show.
Por volta das 11h, o grupo Afrozumba, de Nova Venécia, levou batuques afrobrasileiros para as ruas do comércio do Centro, convidando para o evento de logo mais. Às 14h, a praça 22 de Agosto já estava ocupada pelas mais diversas expressões culturais. Bancas de artesanato, canto, dança, poesia, contação de histórias e muitas outras vertentes.
Para a moradora do Aviso, Sirleia Santos Marin, de 32 anos, a noite foi de muita diversão. "O evento está ótimo. Tem comida boa, música, poesia… Trouxe toda a família para passear".
Poesias engarrafadas e colaborativas
Já pensou em contar a sua história e vê-la ser transformada em um poema bem na sua frente? Pois foi isso que o escritor linharense João Victor Fiorot, de 21 anos, ofereceu em sua tenda durante a Virada. Após escrever o poema, João deixava o último verso em branco para que a pessoa que contou a história completasse. Os poemas acabavam expostos em varais na própria tenda.
O projeto se chama Contribua com um Verso e continua pela internet, por meio do email contribuacomumverso@gmail.com. "Quero aproximar as pessoas da poesia. Linhares não é carente de artistas, é carente de espaços como esse", explica João.
Outra intervenção poética que chamou atenção foi a do projeto Transvê Poesias, do escritor linharense Anderson Valfré, de 21 anos. Em garrafas de vidro encapadas com jornal, Anderson espalhou sua poesia pela área verda da praça 22 de Agosto. Os "versos pendurados" chamaram atenção e muita gente acabou presenteada com uma "garrafa poética".
Anderson estuda Artes Cênicas em Ouro Preto, Minas Gerais, e foi lá que teve a ideia para a intervenção que trouxe para a praça 22 de Agosto. "Minha inspiração veio dos versos do poeta matogrossense Manoel de Barros: ‘O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo’. Busco uma maneira de levar a poesia a interferir no espaço urbano de forma silenciosa", explica o artista, que fez sua oitava exposição em garrafas na Virada.
"É uma imensa alegria estar aqui. É uma reunião de artistas e podemos criar vínculos. Sair da ideia e ir para a prática", afirma Anderson, que criou uma poesia sobre o evento:
"A arte é poesia,
e em Linhares ela se transforma em Virada Cultural.
Onde a praça é espaço que jorra arte".
Fotografia dos 20 aos 72 anos
Definitivamente, não há idade para se fazer o que gosta. Prova disso são os fotógrafos que expuseram seu trabalho no Centro Cultural Nice Avanza durante a Virada Cultural.
Gustavo Zan tem apenas 20 anos e estuda engenharia naval em Niterói. Foi por lá que, após admirar por muito tempo o trabalho fotográfico dos outros, resolveu adquirir sua própria câmera. Na exposição da Virada, ele mostrou vários de seus registros do pôr do sol em Linhares.
"O que me inspira a fazer essas fotos do sol se pondo é a frase de Gandhi ?Quando admiro a maravilha de um pôr do sol […] minha alma se expande em reverência ao criador?. Essa é minha primeira exposição e está sendo muito bacana ver o público interagir com as fotos", explica Gustavo.
Expondo bem ao lado de Gustavo, estava o senhor Olivas Miranda Sampaio, de 72 anos. Caminhoneiro por muitos anos, seu Olivas se aposentou em 2007 e, na mesma época, por erro médico em uma cirurgia de catarata, acabou perdendo um dos olhos. Em busca de tranquilidade, ele deixou a cidade e foi morar no distrito de Farias, no interior de Linhares.
Foi lá que a natureza o fez se interessar pelo poder de registro da fotografia. "Sou ‘invocado’ pela natureza por que ela é a obra de Deus. Estou muito feliz em expor minhas fotos. O evento está nota 10!", afirma.
De rapazes de salto alto a breaking, dança reúne tribos na Virada Cultural
Não importa o estilo, ou nível de prática, a dança teve forte espaço dentro da Virada Cultural na praça 22 de Agosto. Logo no início da tarde, o dançarino Arthurr Izídio dos Santos Neto, de 23 anos, já estava na quadra de basquete disposto a ensinar quem quisesse aprender a dançar breaking dance.
"Danço há 9 anos e posso dizer: qualquer pessoa é capaz de fazer o breaking! Basta querer e ter força de vontade. Há passos iniciais fáceis de aprender", explica. "Esse evento traz um apoio e um espaço que não tínhamos até então", acrescenta. Logo após a oficina, MC’s se enfrentaram em batalhas de rima acompanhadas, é claro, dos dançarinos de breaking.
Já a noite, foi a vez do, já famoso na região, Grupo Play Dance mostrar seus passos no palco principal da praça. A atração, que tem como integrantes Thiago Diaz, Tainara Vieira, Karine Matias e Manu Porto, arrastou uma multidão ao dançar canções de sucesso de 2014. "Tudo começou na escola, depois começamos a ensaiar na praça do bairro Shell e hoje já gravamos vídeos para a internet nos pontos turísticos de Linhares. O município está vivendo uma verdadeira virada cultural", comenta Thiago.
Outro grupo de dança que chamou a atenção foi o Black Stars, que apresentou o stiletto dance, que vem ganhando adeptos mundo afora. Trata-se da arte de dançar sobre salto alto. O grupo, formado por duas moças e dois rapazes, treina muito para poder se apresentar. "Requer muito equilíbrio. Primeiro aprendemos como nos comportar sobre os saltos, fazemos exercícios com eles e ensaiamos a dança aos poucos", explica José Luís Junior, de 22 anos.
Para ele, a Virada foi uma grande oportunidade para o cenário artístico linharense. ?A ideia do evento é o máximo! A organização está de parabéns. É uma oportunidade para a diversidade aparecer e descobrirmos novos artistas. Isso precisa se repetir?, completa.
Informações para a imprensa
Secom | secom@linhares.es.gov.br
Contato 3372 1829 | 3372 1953
