Linhares deve produzir 30 mil toneladas de café em 2010

A colheita do café, que está entre os principais produtos agrícolas de Linhares, já começou para alguns produtores rurais do município. A previsão é de que a safra deste ano supere a de 2009 em cerca de 30%, com uma produção de mais 30 mil toneladas só em Linhares.

O aumento da produção deve-se, dentre outros fatores, ao crescimento da área de cultivo, melhoria nos tratos agrícolas e investimentos feitos nas lavouras. De acordo com dados do Incaper, a área cultivada teve um aumento de 800 hectares no último ano.

Apesar do preço da saca não estar satisfazendo aos agricultores, com preço médio de 160 reais a saca de 60 quilos, os investimentos tem garantido aumento também na produtividade. Em 2007, de acordo com informações do IBGE, a produtividade era menor que 1.800 quilos por hectare. A expectativa é de que nesta safra atinja 2.000 quilos na mesma área.

"Temos trabalhado para garantir aos produtores facilidade no escoamento da produção. É fundamental que as estradas rurais tenham boas condições de tráfego tanto para o deslocamento dos trabalhadores, quanto para o transporte do produto da lavoura para o armazém", destacou o secretário municipal de Agricultura, Aquicultura e Abastecimento, Dalziso Armani.

O cafeicultor Antonio Marangonia não está animado com o preço, mesmo assim continua investindo nas lavouras. "Quem conhece a cultura do café, desde novo foi criado no cafezal, não abandona. Vou parar de trabalhar com café para mexer com o que? Em vez de desistir vou continuar investindo para colher ainda mais", disse Marangonia.

Mesmo com a previsão de aumento de 30% na safra 2010, o índice poderia ter sido ainda maior. Levantamento feito pela Secretaria Municipal de Agricultura, Aqüicultura e Abastecimento, em parceria com Incaper, mostrou que devido a estiagem e as altas temperaturas nos primeiros meses deste ano, os produtores de café devem ter um prejuízo de cerca de 20% na safra.

"Atualmente, cerca de 90% das lavouras de café do município contam com sistema de irrigação. Mesmo minimizando os impactos da estiagem, a irrigação não impede o prejuízo que as altas temperaturas causam a agricultura", informou o chefe do escritório do Incaper de Linhares, Eli Gonçalves Viana.

Café no ES

O cultivo dos cafezais capixabas iniciou-se sob influência do Rio de Janeiro na metade do século XIX. O café chegou em terras capixabas pelo sul e com o decorrer dos anos a cafeicultura foi se consolidando como atividade econômica para o Estado e, consequentemente, para o Brasil.

A expansão da cafeicultura foi rápida. Em 1850 já era notável a importância da cultura no setor econômico capixaba. Graças a ela, foram surgindo estradas de rodagem, navegação interprovincial, construção de ferrovias, crescimento das atividades do Porto de Vitória, que beneficiaram ainda mais o desenvolvimento econômico para o Espírito Santo.

A região norte do Estado teve sérios problemas na implantação do café, uma vez que faltava mão de obra. Entretanto, de 1892 a 1896, o produto atraiu milhares de imigrantes estrangeiros e nacionais, solucionando a carência de mão de obra.

Entre 1930 e 1960, a economia do país ? principalmente a do Espírito Santo – ficou fragilizada devido as crises que ocorreram na cafeicultura brasileira. Os preços do café declinaram e o desempenho da produção brasileira apresentava uma acentuada queda. Em 1962, o Grupo Executivo de Racionalização da Cafeicultura (GERCA) elaborou um programa para erradicação dos cafezais capixabas.

Somente em 1969, a cultura passa a receber incentivos fiscais vinculados ao Governo Estadual, com política nitidamente voltada para a industrialização e a variedade da economia cafeeira.

Atualmente, o Espírito Santo é o maior produtor brasileiro de conilon, com 70% da produção nacional do Robusta e a variação de 2,5 a 3,5 milhões de sacas por ano.

(fonte: Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel ? Cooabriel)